A má qualidade de imagem no Mercado Imobiliário Português: motivos e como procuramos resolver
- David Rufino

- 15 de out.
- 5 min de leitura

No mercado imobiliário, a qualidade das imagens desempenha um papel fundamental para atrair potenciais clientes e destacar propriedades num cenário cada vez mais competitivo. Contudo, é comum encontrar anúncios com imagens de baixa qualidade, que prejudicam a percepção do imóvel, dificultam negociações e põem em causa o profissionalismo dos Agentes Imobiliários.
Aqui ficam alguns pontos chave que fomos descobrindo nos últimos anos de Photobooking:
1. Falta de Guidelines das Marcas
Um dos principais obstáculos para a qualidade de imagem no mercado imobiliário português é a ausência de diretrizes claras por parte das marcas e imobiliárias. Raras são as empresas que possuem manuais ou padrões definidos para a produção de conteúdos visuais, o que leva a uma inconsistência na apresentação dos imóveis.
Sem orientações sobre aspectos como iluminação, enquadramento, resolução ou edição, os Agentes acabam por improvisar, resultando em imagens amadoras que não valorizam as propriedades. A falta de um padrão visual não só compromete a imagem da marca, mas também reduz a confiança dos consumidores, que esperam profissionalismo em anúncios imobiliários.
O segmento de luxo não é imune a esta realidade. São várias as marcas que apesar de mediarem negócios de elevado valor, não se apresentam de uma forma diferenciada comparando com outras de um segmento mais regular.
No Photobooking cada Agência tem o seu perfil onde são definidas as Guidelines. Assim não importam a localização do imóvel ou o fotógrafo que vai ao local. Como a edição está centralizada numa equipa interna o resultado é consistente.
2. Falta de Cultura Visual dos Agentes e Brokers
Outro fator significativo é a ausência de uma cultura visual consolidada entre os Agentes Imobiliários e mesmo dos Brokers. Muitos profissionais do setor não receberam formação específica sobre a importância da estética visual ou sobre como reconhecer imagens que transmitam valor.
Frequentemente, os Agentes utilizam os seus próprios smartphones para captar imagens, sem considerar técnicas básicas de composição, como o uso da luz natural ou a escolha de ângulos que realcem os pontos fortes do imóvel. Essa falta de sensibilidade visual resulta em imagens desfocadas, mal iluminadas ou desorganizadas, que não conseguem captar o interesse de potenciais compradores ou locatários. Quando os Brokers são sensíveis a estes temas, não admira que os Agentes também não sejam. Afinal as organizações são criadas à imagem dos seus líderes.
Acredito que a elevada rotatividade do setor, crie uma dificuldade extra neste ponto. Aqui o fator tempo e curiosidade é sem dúvida determinante.
Nas apresentações Photobooking. procuramos apresentar vários exemplo e alguns detalhes aos quais os Agentes devem ter atenção. Assim aos poucos cria-se a consciência do que realmente é importante e o que se deve procurar quando se recorre a um profissional.
3. Freelancers Sem Apoio e Formação Contínua
Muitas imobiliárias em Portugal optam por contratar freelancers para a produção de fotos e vídeos, devido à flexibilidade fiscal o que resulta num custo mais acessível. Já perdemos a conta às vezes que nos dizem que fulano de tal não é assim tão bom, mas não cobra IVA... No entanto, esses profissionais frequentemente trabalham sem o apoio necessário ou sem acesso a formação contínua.
Sem um acompanhamento adequado, por norma os freelancers tendem a não estar alinhados com as melhores práticas do mercado imobiliário. Além disso, a falta de feedback e de um sistema de melhoria contínua faz com que a qualidade do trabalho varie muito, impactando negativamente a consistência dos anúncios. Basta visitar qualquer site imobiliária e encontramos na mesma página, boas promoções e um novo nível de amadorismo. Quando se trata de uma rede imobiliária com dimensão nacional, este tema é ainda mais perceptível.
No Photobooking a Equipa de Fotografia está em contacto diário com a Equipa de Edição. O feedback é constante e os procedimentos são revistos e melhorados continuamente. O controlo de qualidade final é feito por uma equipa independente da equipa de edição o que resulta numa qualidade extra.
4. Oneroso Ter uma Equipa Interna de Multimédia
Manter uma equipa interna de multimédia é sobretudo um desafio financeiro, especialmente para empresas de pequeno e médio porte. A contratação de fotógrafos, videógrafos e editores profissionais, além do investimento em equipamentos e subscrição de softwares, custos fixos como vencimentos e Segurança Social, representam um custo elevado. O maior risco prende-se com a imprevisibilidade no número de angariações mensais que cada Agência consegue ter, bastando ter um mês mais fraco e os prejuízos serão elevados.
Para reduzir despesas, muitas empresas optam por soluções mais económicas, como delegar a tarefa aos próprios Agentes ou contratar freelancers sem experiência específica no setor imobiliário que tratam das redes sociais e captam umas fotografias e vídeos para criar conteúdos. Essa escolha, embora mais acessível a curto prazo, compromete sempre a qualidade das imagens e, consequentemente, a eficácia dos anúncios, resultando em menos leads e negociações mais demoradas. Resumidamente, qualidade paga-se.
Os custos de ter "staff" fazem parte e são assumidos pelo Photobooking. Os Agentes recorrem apenas aos serviços que necessitam e o risco com a dimensão das equipas é assumido e uma preocupação com a qual lidamos internamente. Menos angariações, mau tempo ou menos produto no mercado são problemas reais e a ter em conta.
Impacto da Má Qualidade de Imagem no Mercado
A má qualidade de imagem tem consequências diretas no desempenho das imobiliárias. Anúncios com imagens pouco atraentes recebem menos visualizações e pedidos de contacto, prolongando o tempo necessário para vender ou alugar um imóvel. Além disso, imagens amadoras prejudicam a reputação da Marca á qual estão associados, transmitindo uma percepção de falta de profissionalismo.
Num mercado onde a primeira impressão é decisiva, investir em qualidade visual não é apenas uma vantagem competitiva, mas uma necessidade para se destacar.
Soluções para Melhorar a Qualidade de Imagem da Sua Agência
Para enfrentar esses desafios, as imobiliárias portuguesas podem adotar algumas medidas práticas:
Criar guidelines claras: Desenvolver manuais com padrões visuais para orientar a produção de conteúdos de imagem e vídeo independente de quem é o fornecedor.
Formação para Agentes: Workshops sobre cultura visual, capacitando os profissionais reconhecer produtos de qualidade.
Photobooking: Em vez de manter uma dispendiosa equipa interna ou ter imagens amadoras, as imobiliárias podem ter acesso à webapp Photobooking, a qual não tem nenhum custo de subscrição ou configuração. No seu perfil definimos as guidelines que devem ser cumpridas e todos os seus Agentes passa a ter acesso para que a qualidade seja constante a nível nacional.
Conclusão
A má qualidade de imagem no mercado imobiliário português é um problema multifacetado, decorrente da falta de guidelines das marcas, da ausência de cultura visual entre os agentes, das limitações enfrentadas por freelancers e do alto custo de uma equipa interna de multimédia. Superar esses desafios exige um esforço conjunto das imobiliárias para priorizar a qualidade visual como parte integrante da sua estratégia de negócios. Ao investir em formação, padrões claros e parcerias estratégicas, as empresas podem melhorar a apresentação dos seus imóveis, atrair mais clientes e acelerar negociações, consolidando uma imagem de profissionalismo e credibilidade no mercado.
É um problema? Sim, mas de resolução simples.
David Rufino



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